sábado, 28 de julho de 2012

SUMA QUESTÃO

No mais dá o tempo ao espaço tanto
Simplesmente um grande espanto
A destruir um norte
Onde a vida se alternou com a morte
Entre um riso e um pranto.

No mais dá o espaço ao tempo o manto
Tudo é um simples desencanto
A se fazer desiludida
A morte se alterna com a vida
Tudo é enquanto

Enquanto...
Bate o coração sua felicidade
Enquanto...
Lágrimas mostram infelicidade
Enquanto...
O corpo grita seu conluio de prazer
Enquanto...
A terra espera a carne de meu ser

No mais dá o infinito a desigualdade
To be or not to be
Qual será a finalidade
De você e de mim?

RILASCIARE BREVE

Nel dare più tempo allo spazio come
Semplicemente una grande sorpresa
Per distruggere un Nord
Dove la vita si alternavano con la morte
Tra una risata e un grido.

Nel dare più spazio al momento in cui il manto
Si tratta di un semplice disincanto
La marca aggirato
Si alterna morte con la vita
Tutto è come

Mentre ...
Batte il cuore la loro felicità
Mentre ...
L'infelicità grido mostra

Mentre ...
La prodezza del vostro corpo grida di piacere
Mentre ...
La terra attende la carne del mio essere

Sul più infinito la disuguaglianza
Essere o non essere
Quale è lo scopo
Da te e me?

domingo, 15 de julho de 2012

DESESTABILIZAÇÃO

Uns copos de vinho...
Uns copos de vodca...
Quem sabe?
Poderiam ajustar a vida
E estabilizar meu pensamento?

Fico parecendo uma idiota.
Querendo algo novo
Um prazer a me fazer gritar.
Um beijo na boca.
Um coito demorado.

Hoje estou desestabilizada
E ao olhar meu corpo
Ao espelho
O próprio espelho fica desanimado
Enquanto meu sexo palpita.

Escutei os gemidos dos vizinhos
Através das paredes
Em orgasmos ruidosos
E fiquei pingando gotas
Sobre meu tapete persa.

Farejando como um animal
Busco as pegadas de algo
Ou de alguém a desejar
Ter algo assim como eu
E entrar na minha caverna.

Mas nessa desestabilização
Preciso de um copo de vinho
Ou de uma dose de vodca
Antes de partir à queimação
Do desejo de outra.
...........................
DESTABILIZZAZIONE

Qualche bicchiere di vino ...
Qualche bicchiere di vodka ...
Chi lo sa?
Sarebbe adattarsi alla vita
E il mio pensiero per stabilizzare?

Mi sento come un idiota.
Volendo qualcosa di nuovo
Un piacere per farmi urlare.
Un bacio sulla bocca.
Un coito lungo.

Oggi sono destabilizzata
E quando guardavo il mio corpo
Lo specchio
Lo stesso specchio è scoraggiato
Mentre i miei palpiti cazzo.

Ho sentito i gemiti dei vicini
Attraverso le pareti
In orgasmi rumorosi
E mi colava gocce
A proposito il mio tappeto persiano.


Sensing come un animale
Cerco le orme di qualcosa di
Oppure per qualcuno a desiderare
Avere qualcosa di simile a me
E nella mia grotta.

Ma questo destabilizzazione
Ho bisogno di un bicchiere di vino
Oppure un sorso di vodka
Prima di lasciare la combustione
Desiderio un'altra.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

DOMÍNIO

Domar a fera a habitar meu corpo
Jamais haverá uma escolhida
Ainda na morte ou talvez em vida
Farei de mim travessuras e gozos.
Irei regar terras e plantar sementes
Perfumar de prazer peles adoradas
Curtir dia e noite como prazenteiras
Ilusões de momentos e mais nada.

Nem pensar em domar a fera do meu corpo
Nem macho nem fêmea nem superstições
Ainda na vida e quiçá em minha morte
Minha paixão estará em altares de volúpia
A perfumar corpos e a dardejar anseios
Muitos quererão morrer em meus braços
E até mesmo buscar o meu perfume
Nos sonhos e nos seus pesadelos selvagens.

Viver, viver, viver... Eis o lema acasalado em mim!
Ser paixão e ser loucura de sexo e de prazer!
Jamais haverá poder para domar meu corpo
E muito menos a consciência que o envolve
A fazê-lo crescer em ordem e em contágios
Aos outros corpos passageiros de minha vida.
Viver, viver, viver... Eis a lei de minha espécie!
Nunca uma trama de domar minha vida haverá.

DOMNA A ME

Addomesticare la bestia ad abitare il mio corpo
Non ci sarà mai
una scelta
Anche nella morte, o forse nella vita
Farò male e delizia me.
Io irrigare terreni semi e delle piante
Profumo di pelliccia piacere amata
Come il giorno e la notte più piacevole
Illusioni di tempo e nient'altro.

Non c'è modo di domare la bestia nel mio corpo
maschio né femmina, né superstizioni
Anche nella vita e forse nella mia morte
La mia passione è negli altari della lussuria
I corpi ei desideri profumo sfogliando
Molti vogliono morire tra le mie braccia
E anche il mio profumo
Nei sogni e incubi selvatici.

Vivere, vivere, vivere ... Abbinato è il motto per me!
Essere appassionati ed essere pazzo per il sesso e piacere!
Non ci sarà mai in grado di domare il mio corpo
E tanto meno la consapevolezza che coinvolge
La crescita è in ordine e contagio
I passeggeri ad altri organismi della mia vita.
Vivere, vivere, vivere ... Qui la legge del mio genere!
Non un complotto per domare la mia vita lì.

sábado, 7 de julho de 2012

AMARA TERRA MIA - Domenico Modugno

VIOLA DI MARE

TOLERÂNCIA - ANA CAROLINA

A FORÇA DOS SENTIDOS


Meus dedos...
Minha boca...
Minha língua...
Todos os toques penetram fundamente
E no teu botão vibrátil nunca finda
O estremecer maior do gozo intenso.

Minha boca...
Entendes muito bem e gosta demasiado
A harmonia de pôr teu ventre extasiado
Com o toque em afinidade tão profundo
Numa partilha entre eu, você e o mundo.
Ah, doçura!

Meus dedos...
Ao contornarem tua pele fêmea aveludada
Viajam na espaçonave despressurizada
E teus gemidos ecoam entre os lençóis
Tão semelhantes ao mergulho em arrebóis.
Ah, deliciosa!

Minha boca...
Os beijos abusam de tua carne em entrega
E fazem a mensuração e a luta sem regra
Buscando o sabor de recônditos espaços
Nos espasmos de teus gozos desesperados.
Ah, eu te amo!

LA FORZA DEI SENSI

Le mie dita ...
La mia bocca ...
La mia lingua ...
Tutti i segnali penetrano giustificare
E nel tuo pulsante di vibrazione non finisce mai
Il più grande brivido di gioia intensa.

La mia bocca ...
Capire molto bene e piace anche a
L'armonia del tuo messaggio seno estatica
Con il tocco così profonda affinità
In uno scambio tra me, te e il mondo.
Oh, tesoro!

Le mie dita ...
Per eludere la tua donna una pelle vellutata
Viaggiano in navicella depressurizzato
E la tua geme eco tra le lenzuola
Così simile a immersioni in arrebóis.
Ah, delizioso!

La mia bocca ...
Baci abusano la consegna di carne
E fare la misurazione e la lotta senza regole
Cerco un assaggio di spazi nascosti
Le vostre gioie in preda della disperazione.
Oh, ti amo!

AMOR ETERNO - William Shakespeare

Impedimentos não admito para a união
de corações fiéis: amor não é amor
quando se altera ao perceber alteração
ou cede em desertar quando o outro é desertor.
Oh! Não, ele é um farol imóvel tempo a fora
que as tempestades olha e nem sequer trepida;
é a estrela para as naus, cujo valor se ignora,
mau grado seja a sua altura conhecida.
O amor não é joguete em mãos do tempo, embora
face e lábios de rosa a curva foice abata;
não muda em dias, não termina numa hora,
porém, até o final das eras se dilata.
Se isto for erro e o meu engano for provado
Jamais terei escrito e alguém terá amado.

AMORE ETERNO

Io non ammetto impedimenti al matrimonio
cuore dei fedeli: amore non è amore
quando si cambia l'avviso di modifica
o smaltisce di abbandonare, quando l'altro è un disertore.
Oh! No, lui è ancora un beacon time out
guarda le tempeste e anche shimmy;
è la stella delle navi, il cui valore viene ignorato,
nonostante la sua altezza è noto.
L'amore non è giocattolo nelle mani del tempo, anche se
viso e le labbra rosa curva falce macellazione;
non cambia in giorni, non finisce in ore,
Ma alla fine dei tempi si espande.

Se questo è errore e il mio errore è provato
Non ho mai scritto e qualcuno avrà amato.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

VERSÃO DE MIM

Ti amo così, Katiúcha
No teu corpo moreno e cálido
Meu corpo navega
Sente teus seios e teu ventre
Em total entrega

Tua pele ardente
Queima a minha pele branca
E isola o frio da noite
Quase eternamente

Se longe eu fico desse corpo
E dessas mãos macias
Quedo-me sem funcionamento.
As horas são vazias!

E dano-me a poetar!
Amor! Estou com frio!
Se tu estás longe de mim
Como posso sonhar?

VERSIONE DI ME

Nel suo corpo bruno e caldo
Il mio corpo surf
Sento i tuoi seni e la pancia
In totale abbandono

La tua pelle brucia
E brucia la mia pelle bianca
Si isola la notte fredda
quasi sempre

Se io stare lontano da questo corpo
E quelle mani morbide
Immobile senza di me di lavoro.
Le ore sono vuote!

E berhyme farmi del male!
Amore! Ho freddo!
Se sei lontano da me
Come posso sognare?

LINDO AMOR MEU

Meu lindo amor cresceu em luz e brilho
Refletindo o sentimental de mim
Alimentado pelo néctar de minha vida
Meu amor é lindo assim.

Meu lindo amor inspira poesia
Com seu corpo cheiroso de jasmim
Meu lindo amor felicita minha vida
Meu amor é lindo assim.

Vou ver o meu lindo amor crescer
Dar-lhe os ideais de humanidade
Senti-lo em todos os momentos
De minha verdade.

Meu amor é lindo assim!

AMORE BELLO

Il mio amore è cresciuto bella luce e abbagliamento
Riflettendo sentimentale me
Creato dal nettare della mia vita
Il mio amore è così bello.

La mia poesia d'amore bellissima ispira
Con il vostro corpo profumato di gelsomino
Il mio amore bellissimo complimenti mia vita
Il mio amore è così bello.

Vedrò il mio amore bello crescere
Dategli gli ideali di umanità
L'ho sentito in ogni momento
Nella mia verità.

Il mio amore è così bello!

terça-feira, 3 de julho de 2012

TORMENTA

Caiam as muralhas. Icem as bandeiras.
Toquem as flautas e os acordeons
Meu amor vai passar por essa aléia.
Vai de flores nos cabelos
Com um vestido azul voando ao vento.
A sorrir e a cantar
Nossa canção de amor.


Abram as portas dos castelos todos do mundo
Minha amada vai desfilar pela cidade
Com as urgências da paixão que em mim habitam
Meu peito se reveste de primores
Dessa louca paixão apenas começada
Ao vê-la toda primavera em desfile
A sorrir e a cantar
Nossa canção de amor.


Tirem os grilhões dos humanos escravos.
Minha amada traz a bandeira vermelha da liberdade.
Para desencarcerar os meus desejos
Eu vou partir para o mundo do iceberg
Mas levo seu olhar comigo e seu belo corpo
Feito uma sereia a dormir nas águas do mar.


Esse amor é premente para o mundo de mim
É meu vulcão que irrompe em magmas quentes
E traz o perfume e a cor das noites brasileiras
Abram as portas de todos os templos das deusas
Minha amada vem de vestido novo e azul bailando
E cantando a nossa canção.


Ato minhas mãos ao vento e mato a saudade
Olhando as curvas do belo corpo em transe
Preciso, ah, como eu preciso ser eterna
Para ter essa maravilha de mulher nos braços meus.

DETALHES

Katiucha, il mio amore oggi
Olho cada detalhe de teu corpo. Imagino teu cheiro. Imagino teu sabor. Ah, amada. Sei o quanto você move minhas engrenagens. Estou esperando a próxima carícia tua, o próximo beijo cheio de tua saliva salgada. Teus olhos, sabes? Teus olhos enfeitiçaram minha vida. Não posso ficar sozinha contigo. Fico louca. Basta que sorrias. Basta que tua boca convide a conhecer teu interior e o que ela guarda para mim. Ah, amada! Cada segundo sem você é um tempo perdido, sabes? Amo quando chegas ao pé do meu ouvido e falas – Te amo! Arrebatador escutar tua voz sussurrante como murmúrio de estrelas. E sempre, sempre, sempre serei toda tua. Ainda que não saiba nunca se és toda minha.

OLHANDO PARA O OUTRO

Interessante como em qualquer espaço visual, qualquer espaço humano, qualquer espaço onde a raça humana busca viver sua integridade existam olhares a cair sobre o que são um e outro, sobre o que o outro é ou pode ser. Todo mundo parece se preocupar demais com isso. Deixam de se preocupar com si mesmos e entram nos espaços dos outros para ver quem são os outros e se eles merecem ser olhados e participar de seus mundos.
Na realidade, eu sei o quanto as pessoas se preocupam hoje com as aparências do outro. Sobre o que o outro faz e pensa e como se comporta no contexto social. E remetem-se à luta contra o prazer de viver e contra a liberdade de o outro ser o próprio e não aquilo que o mundo quer que ele seja. Fazem isso discriminando as minorias. Buscando excluí-las socialmente.
E o pecado está em alta e como está. Nessa discriminação efetiva os hipócritas buscam estandardizar as pessoas, principalmente os homossexuais homens e mulheres. Para esses hipócritas essa tribo tem de viver dentro de um padrão aceitável pelo olhar deles. Buscam criar uma forma de ser e matam o prazer da vida. Porque forma não significa prazer. Se você se vestir e pensar de forma diferente da sua tribo, prepare-se para as críticas, julgamentos e para se sentir mal.
Lembro que no filme de Almodóvar, “Tudo sobre minha mãe”, a personagem da travesti diz perante uma platéia que “para mim, felicidade é você se aproximar, cada vez mais, do que entende por autenticidade”. Isso não faz pensar? O que eu vejo, infelizmente, é que o mundo está imerso numa tremenda homofobia alimentada pelas religiões constituídas, em particular a católica. Por que tanta repulsa pelas relações afetivas entre as pessoas do mesmo sexo? Por que tanta discriminação?
Gostaria de lembrar aqui que antigamente a sociedade passava a ideia de que os homens eram "naturalmente" melhores nas ciências e no desporto e líderes natos. Porém, as mulheres desafiaram essa ideia de mostrar o homem numa perspectiva mais superior. Na realidade, os homens são empurrados para posições de vantagem por uma sociedade que está estruturada para os beneficiar. Tanto assim que a heterossexualidade, tal como a dita superioridade masculina, é tão natural, como adquirida. O fato de a maioria dos homens e mulheres escolherem a heterossexualidade como a sua forma preferida de sexualidade tem por vezes mais a ver com coerção e com a ameaça de ostracismo no meio social do que com a sua superioridade como forma de sexualidade.
O hetero está institucionalizado nas nossas leis, órgãos de comunicação social, religiões e línguas. Viola-se os direitos humanos quando se tenta impor a heterossexualidade como superior ou como única forma de sexualidade, tal como o racismo. Isso é crime. Chama-se homofobia . Ela inibe a apreciação e aceitação de outros tipos de diversidades, tornando o ambiente espacial em que vivemos totalmente inseguro, já que todas as pessoas têm características únicas que não são consideradas ou dominantes. Assim, todos ficamos diminuídos quando qualquer um de nós é discriminado.
No tocante à religião, o homem de batina e de coroa de ouro na cabeça chamado Bento 16 diz que “a Igreja deverá proteger o homem de se destruir a ele mesmo. É preciso uma espécie de ecologia do Homem.“ Essa é uma frase bruta de quem nada sabe de ecologia nem de humanismo. Essa é uma frase de teor totalitário, de policiamento da raça para que não existam homossexualidades, panssexualidades, pomossexualidades, transsexualidades, polissexualidades e etc. Portanto, para esse homem de batina, o ser humano deve viver e morrer numa estufa de temperatura controlada para não se contaminar um com outro. Isso eu chamo de filhoputismo. Que se dane! Venha a mim o Reino da Sexualidade!
Obsessão e ódio à sexualidade dos outros não é tema novo nas crenças católicas e protestantes. E esse tal 16 é um fiel seguidor das teologias de seu patrão invisível, que tem três sexos diferentes e ainda se esconde na saia de uma virgem imaculada. Este circo religioso contra a raça humana é nojento. Renego. E renego também muitos membros daqui deste espaço cultural que se posicionam a favor dessa homofobia e contra a liberdade de ação e expressão dos seus outros. Se desejam dar forma ao outro, discriminam. Humanismo não é isso. Humanismo é antropocêntrico. O homem deve seguir a reflexão mais aprofundada para discernir seus caminhos. Humanismo é uma preocupação primeira com a satisfação, desenvolvimento e criatividade tanto para o indivíduo quanto para a humanidade em geral. Sem mais.

GOSTEM DE AMAR DO JEITO DE GOSTAR DE AMAR

Queridos e queridas: se querem gostar de mim, gostem de mim como eu sou. Espevitada, verdadeira, atrevida, intensa, safada, devassa. Gostem de mim assim como se eu estivesse a passar devagar aqui por perto quase por acaso e ao ver um de vocês dar um grito e sair correndo atrás como uma criança para agarrar a alegria de abraçar todos e dizer “que bom faz tanto tempo!"
Queridas e queridos: se minha paixão pela vida estiver enchendo o saco de vocês façam de conta que eu sou como aquela nuvem branca lá no céu e deixem que passe com a minha intensa glória de viver. Não vou ficar chateada não. Eu gosto muito de ser eu mesma ainda que vocês gostem de ser outros e não saibam viver a vida dentro e fora do coração.
Meus lindos e minhas lindas: não fiquem escandalizados por eu amar sem distinção e querer tanto o beijo de um homem e de uma mulher na minha boca e as mãos de todos a acariciar meu corpo. Não mergulhem dentro de seus preconceitos e venham tentar dizer que isso não é normal, pois é normalíssimo. Anormal é ser diferente e verdadeiro para aqueles que vivem mergulhados na mentira!
Minhas lindas e meus lindos: quando eu achar um só de vocês na rua, no shopping, no ônibus, ou perto da minha moto vermelha e correr para vocês e pedir para ser beijada, acarinhada, sonhada, levada para a cama de um motel para ser possuída, e quando eu gritar minha paixão aos vossos ouvidos e quando eu derramar todo meu aprendizado de prazer em vossas entranhas não tenham pena de ficarem um dia tendo paixão por mim. Fiz tudo isso de propósito por amar minha vida com intensidade e por saber que não conheço o dia de amanhã.
Eu não discuto com o que a vida oferece. Ela é tão curta! Quero que todos meus instantes sejam inesquecíveis e que vocês consigam aprender a vida como uma lanterna que um dia vai se apagar para sempre e que quando estão comigo serão valorizados eternamente dentro do meu coração.
Lindos e Lindas. Queridos e Queridas. Sou espevitada, verdadeira, atrevida, intensa, safada e devassa, mas sou toda paixão para vocês!
Beijos molhados da Chris.

MINHA RAZÃO DE SER

Minha paixão. Meu sonho. Meu desejo.
São os dias claros onde neles vejo
A vida passar e o eu a entardecer.
Meu desejo. Meu sonho. Minha paixão.
São noites negras onde meu coração
Possa dançar agarradinho com você.

Meu sonho é ser a mulher mais agitada
Como qualquer onda encrespada
A molhar as areias de minhas praias.
Sonho meu é voar assim tal a gaivota
Um vôo para sempre e sem volta
Adormecendo em outras atalaias.

Amar é o maior desejo a ser em mim
Dar-me inteira como flor a um jardim
Mesmo a morrer no vaso dos futuros.
Amar é mais que esta minha vida
Faz parte da chegada e da partida
De meus sonhos puros e impuros.

Nada sou sem ter um amor comigo
Assim em canto algum tenho abrigo
A proteger meu anseio de paixão
Nada sou se me foge o desejo
Nada sou se da amada perco o beijo
Como vou fazer feliz um coração?

Deixar-me perder no olhar de Safo
E dar ao mundo este desabafo
Desejo. Sonho. Louca perdição.
Eu sou a deusa eterna do amor
Sim. Eu sei realmente quem sou
E assim, assim, dou-me toda razão.

DRAMA DA MINHA SAUDADE

Sem sono rolo pela cama e nos lençóis
Penso na amada que de mim partiu
A dor de viver só lembra o entre nós
E o último dia em que ela me sorriu

Era o mar, era uma praia, sol a pino
De mãos dadas nós duas a caminhar
E parecia que ela tinha um destino
E um adeus prestes a se esboçar

Rolo na cama e perturbada eu choro
No raiar do dia ela aparece a me dizer
Estou morando na dimensão que adoro
Pensando em você. Esperando você.

Era uma estrada quase que deserta
Onde a morte resolveu se adiantar
E me deixar assim toda desperta
A ferir de dor o peito. A fazê-la voar.

Rolo na cama. A dor me arrebenta
Não posso mais dizer a ela o meu amor
Uma maldita raiva toda se apresenta
Ninguém sabe como dói a minha dor.

OLHOS FECHADOS

Fecho os olhos para olhar dentro de mim
Vejo-me inteira como desejo ver a vida
Vejo paisagem cheia de homens e mulheres
Fico embevecida.

Fecho os olhos para olhar dentro de mim
Vejo outro mundo a desejar minha vida
Um oceano bravio e um vulcão ativo
Fico enlouquecida.

Fecho os olhos e vejo os meus amores
Oceanos e paisagens de meu ágil mundo
Um belo macho a buscar meu corpo
Uma bela fêmea a dar-me seus sabores
Eu amo viver!

Da pátria fiquei longe, mas levei comigo
Uns cravos de defuntos e terra de Olinda
Cheiros para lembrar e sal para saciar
Comigo nada finda

Estarei sempre a começar um grande amor
Nem que seja dentro de meu novo cantar
Quem estiver nos meus braços vai saber
O quanto é bom amar!

Londres! Frio imenso a envolver minha pele
Amores meus que adoravam meu vulcão
Estou morrendo de frio, queridos e queridas.
Ah, meu pobre coração!

Fecho os olhos para esquecer de mim
Vejo uma mulher sozinha na imensidão
Um mar eterno a separar minhas terras
Quanta perdição!
...................
Chris Svetlana Paiva

VIAJANTE DE MEU CORPO

Ele pode estar chegando molhado em minha cama
Sangrando das batalhas pelo meu amor
Agasalharei seu corpo porque sou a sua dama
Limparei suas feridas e dele far-me-ei
A mulher que ele queira puta ou tímida
Ou uma escrava ser-lhe-ei.

Ele pode chegar a qualquer momento e ver-me-á mulher
Sentirá que de mim todos os líquidos
Farão nascer homens e mulheres
Serei a sua deusa e o seu maior amor
E iremos fornicar sobre os espinhos das roseiras.
Loucos amantes! Serei toda sua puta mansa ou louca!

Homem, podes vir!
Abrirei minhas pernas para receber você em mim!
Podes vir desarmado e ver-me-ás nua e brilhante
Louca para escorrer-te dentro de mim!

Minha boca está vermelha de desejos...
Meus seios estão rijos para serem sugados...
Minha fonte está salpicada de minhas águas...

(Ele pode estar chegando agora em minha cama
Vou perfumar meu corpo como ele gosta mais
Sou a sua mais nova puta dama.
Sou a senhora que nunca vai trazer-lhe paz!)
...................................
Christine Svetlana Paiva

ALGO MAIS ANDA ACONTECENDO

O amor homossexual sempre rondou os bastidores da História, independentemente de classe social, raça, religião, postura política dos seus agentes. Mergulhando em canais históricos os mais longínquos podemos ver isso na Epopéia de Gilgamech (história dos sumérios), passando pelos gregos e grandes imperadores romanos (como Adriano) e chegando aos relacionamentos homossexuais de personalidades do mundo contemporâneo.
Nos dias que correm, nunca a sociedade viu tantos casais assumirem a homossexualidade. Será que estamos a entrar em uma fase mais liberal? Nada disso. Em tempos remotos a sociedade já foi bem menos preconceituosa. Ainda assim foi nesta nossa Idade Contemporânea que surgiram novas teorias sobre a homossexualidade, tanto feminina como masculina. Para alguns “especialistas”, homossexualidade era um problema congênito. Além disso, tais "médicos" tinham medo de "contaminar-se" por causa do contato com os "invertidos". Isso chamamos de contradição e preconceito.

VIVIEN

Mulher milionária. Poeta. Amante incondicional da vida. Pauline Tarn, ou seja Renée Vivien, foi considerada por André Gide como a Baudelaire e a Verlaine de saias.
****
Renée Vivien é o nome literário de Pauline Tarn, nascida em Londres no ano de 1877 e falecida em Paris, em 1909. Em 1899 instala-se na França, particularmente em Paris, após receber uma herança que a coloca a salvo de todo tipo de preocupações financeiras.e que lhe permite escrever e viajar durante longas temporadas. Em Paris conhece Natalie Clifford Barney, atriz e escritora iniciada nos salões literários e com ela mantém tortuosa relação.
A baronesa Hélène de Zuylen (que cuidou de Vivien no final de seus dias e que colaborou com ela em várias obras) trouxe para a poeta estabilidade sentimental, ainda que desde 1904 Renée tivesse uma relação semi-platônica por cartas com uma misteriosa admiradora residente em Constantinopla, esposa de um diplomata, chamada Kérimé Turkan-Pacha, a qual alimentará sua paixão por uma mulher proibida e um sonho oriental distante.
Eis como Pauline Tarn, ou seja, Renée Vivien descrevia suas viagens:
He entrevisto la maravilla egipcia, el encantamiento de los faraones desaparecidos, a Isis de alas verdes, extendidas como signo de protección a los muertos, a Anubis con cabeza de buitre que pesa su corazón en la balanza suprema, a Neftis, la diosa que atiende al alma temerosa. Sí, he visto todo esto y he regresado con el deseo de ver más, de ver otra cosa, de ver hasta volverme ciega, de verlo todo en la Tierra y de ver hasta en el Más Allá. Nunca se ve suficientemente lejos, nunca se ve lo suficiente.
O seu insaciável instinto de exploração ela colocou também em sua obra poética, abarcando diversos gêneros. Novelas, relatos, prosa poética (Brumas de los Fiordos), adaptações de Safo – coisa que ela explicava e explicitava numa grandiosa escrita homoerótica retirada do original grego -, e mais ainda, teatro e uma biografia de Ana Bolena.
No anos de 1901 publicou sua primeira obra poética, Études et préludes, e a esta seguiram-se outras como Cendres et poussières, À l’heure des mains jointes, Flambeaux éteints, Sillages, Haillons. André Gide em crítica observou que as poesias de Vivien não tinham nada de valioso, mas apenas estavam impregnadas de “um baudelairismo profundo”. Realmente ela teve muitas influências de Baudelaire inclusive de Verlaine, como salientaram seus contemporâneos.
Vivien ou Pauline, com as ferramentas da poesia simbolista de fim de século, construiu um mundo lírico hedonista. Levou às mais radicais atitudes alguns de seus registros poéticos repletos de fatalidade niilista e de volúpia no universo artístico de 1900. Seus versos eram cheios de bacantes, ofélias, seres notívagos e amantes destrutivos. Sua linguagem era sensual, luxuriosa, realista.
A poeta Vivien foi uma grande mestra na exploração dos sentidos com as sinestesias, correspondências e associações inesperadas que se plasmavam em matizes sutis e delicados em ritmos transbordantes, sexy e fluídicos. Nos seus livros e nos seus escritos ela explorou novas maneiras de desenvolver o desejo com os cantares de exaltação aos sentidos e ao corpo. Todo o conjunto de sua obra é um canto de paixão e desejo. Sua obra era totalmente subversiva para os padrões de sua época, pois ela escrevia para os leitores do futuro.
Renée Vivien morreu de anorexia em Paris aos 32 anos.